
Grupo de trabalho com Congresso Nacional, Anac e CNC será criado para enfrentar desafios da aviação regional
Com passagens, em média, 118% mais caras, chegando a aumentos de tarifas de até 328%, na Região Norte, o sistema aéreo brasileiro vive um cenário de concentração, pouca concorrência e alto custo operacional. O alerta foi feito nesta quarta-feira (26) durante o evento Desafios da Aviação Regional e os Impactos para o Desenvolvimento do País, realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em Brasília.
O encontro reuniu parlamentares, representantes do setor aéreo, ministros e dirigentes regionais para debater propostas de curto e médio prazo. Ao final, foi anunciada a formação de um grupo de trabalho com participação da CNC, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), do Congresso Nacional e do trade turístico para buscar soluções conjuntas.
Para o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, a aviação regional deve ser tratada como ferramenta essencial de integração nacional, e não como serviço de luxo, já que em muitos trechos do País, especialmente nas Regiões Norte e Centro-Oeste, não há alternativas viárias seguras ou viáveis. “Não temos rodovias em muitos trechos, e as que existem estão em péssimo estado. A aviação regional é, muitas vezes, a única via de acesso. A aviação regional não pode ser luxo, ela precisa ser tratada como uma questão de integração nacional. Por isso, o Brasil não pode continuar dependendo de duas ou três empresas”, afirmou.
Tadros também demonstrou preocupação com a possível fusão entre as companhias Azul e Gol, o que poderia agravar ainda mais o cenário de concentração. “Corremos o risco de ter somente duas companhias operando em todo o território. Isso é insustentável”, completou.
Fonte: CNC