IPCA: veja os 50 itens que mais subiram e os que mais caíram em 2023

Compartilhe:

Em doze meses, o valor da fruta subiu em média 75,56% — Crédito/Foto: Fábio Tito/g1

Morango teve uma alta de 75,56% no preço, enquanto o óleo de soja recuou 28% no período de 12 meses. Já a grande ‘vilã da inflação’ no ano passado foi a gasolina, que teve o maior peso no índice geral de inflação.

Por Artur Nicoceli, g1

morango foi o subitem com a maior alta de preço entre os produtos compilados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no último ano. Em 12 meses, o valor da fruta subiu em média 75,56%. Em números absolutos, uma porção que custava R$ 10 passou a custar R$ 17,55.

Na ponta oposta está o óleo de soja, que teve deflação acumulada de 28% no período. Uma porção que custava R$ 10 terminou o ano a R$ 7,20.

Os dados foram publicados nesta quinta-feira (11), dentro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O país teve uma inflação acumulada de 4,62% em 2023.

Veja abaixo os 50 itens que mais subiram e os que mais caíram em 2023.

Veja o resultado dos grupos do IPCA em 12 meses:

  • Alimentação e bebidas: 1,03%;
  • Habitação: 5,06%;
  • Artigos de residência: 0,27%;
  • Vestuário: 2,92%;
  • Transportes: 7,14%;
  • Saúde e cuidados pessoais: 6,58%;
  • Despesas pessoais: 5,42%;
  • Educação: 8,24%;
  • Comunicação: 2,89%.

Impactos no índice

Apesar de o morango ser o subitem que mais subiu em 2023, a gasolina foi o produto que mais impactou o índice no período. O combustível subiu 12,09% em 12 meses, com peso de 0,56 ponto percentual do total.

O item faz parte do grupo Transportes, que subiu 7,14% no ano e também teve o maior peso no índice geral de inflação, com 1,46 ponto percentual.

Também no grupamento estão outros dois subitens que fazem o pódio dos aumentos de preços mais relevantes para o IPCA. O emplacamento e licença teve alta de 21,22% no ano e peso de 0,53 p.p. no IPCA. As passagens aéreas vêm em terceiro lugar no ranking, já que subiram 47,24% no ano e tiveram contribuição de 0,32 p.p. no índice.

Veja abaixo.

No grupo de Saúde e cuidados pessoais, a maior contribuição veio do plano de saúde (11,52% de alta e 0,43 p.p. no índice). Em Habitação, a principal contribuição positiva veio da energia elétrica residencial (9,52% e 0,37 p.p.).

Há itens que trazem mais impactos no IPCA, mesmo com uma variação menor, porque a presença deles na cesta de consumo médio da população é maior. Assim, combustíveis e alimentos tendem a pesar mais que comunicação.

IPCA: preços sobem 0,56% em dezembro e têm alta de 4,62% em 2023 – Crédito/Foto: G1 – Reprodução_g1.globo.com/globonews/conexao-globonews/video/

Inflação em dezembro

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo subiu 0,56% em dezembro. Com isso, o país teve uma inflação acumulada de 4,62% em 2023. O resultado, portanto, vem dentro do intervalo da meta de inflação para o ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). E é a primeira vez que a meta foi cumprida desde 2020.

O número para o mês e para o ano vieram acima das projeções do mercado financeiro. Eram esperadas altas de 0,49% para dezembro e de 4,55% para o ano.

“Analisando a inflação em uma perspectiva mais ampla, mantemos a nossa visão de que ela segue em uma dinâmica benigna”, diz , por exemplo, João Savignon, chefe de pesquisa macroeconômica da Kínitro Capital.

“Seguimos atentos aos desenvolvimentos dos principais riscos, como o El Niño e de alguns Serviços mais inerciais, mas as nossas coletas já começam a indicar um arrefecimento de preços no atacado, especialmente de alimentos e de bens industriais, indicando que podemos ver esses preços cedendo para o consumidor ao longo dos próximos meses.”

No último mês, todos os grupos pesquisados pelo IBGE tiveram alta no mês. O grupo Alimentação e bebidas registrou a maior alta, de 1,11% no período, após subir 0,63% em novembro. A categoria — principal responsável pela desinflação de 2023 — foi influenciada, por exemplo, pelas altas da batata-inglesa (19,09%), feijão-carioca (13,79%), arroz (5,81%) e frutas (3,37%).

“O aumento da temperatura e o maior volume de chuvas em diversas regiões do país influenciaram a produção dos alimentos, principalmente dos in natura, como os tubérculos, hortaliças e frutas, que são mais sensíveis a essas variações climáticas”, explica o gerente do IPCA.

Em segundo lugar ficaram os Artigos de residência, que subiram 0,76%, após recuar 0,42% em novembro. Por sua vez, a menor alta de dezembro foi a categoria Comunicação, que subiu 0,04% e educação, que aumentou 0,24%.

Veja os destaques do IPCA em dezembro

  • Alimentação e bebidas: 1,11%;
  • Artigos de residência: 0,76%;
  • Vestuário: 0,70%;
  • Transportes: 0,48%;
  • Despesas pessoais: 0,48%;
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,35%;
  • Habitação: 0,34%;
  • Educação: 0,24%;
  • Comunicação: 0,04%.

* Com colaboração de Raphael Martins.

Fonte: G1 – ECONOMIA

Leia mais

Rolar para cima